Como actriz secundária, ou talvez figurante, do caos aéreo que temos vivido, foi impossível olhar para toda esta crise sem vestir o "meu fato" de Gestora de Informação.
Estive em Vienna na passado fim-de-semana, com viagem marcada na Lufthansa de regresso a Lisboa na segunda-Feira de manhã, via Frankfurt.
O fim-de-semana foi de expectativa: será que abre, será que não abre? Browsing em jornais, conversas de esquina... e tentativas frustradas de entrar em contacto com a companhia área.
Revelou-se impossível chegar ao fim da linha... a quem detivesse informação, válida, correcta e actual... isto é informação com qualidade.
Fica aqui um pequeno retrato das fontes de informação e resultados que obtive:
Primeiro passo - Agência de Viagens - A agência redirecciou-nos para a companhia aérea e ainda nos respondeu que não podia ver alternativas de comboio, porque não vendia bilhetes de comboio.
1 ª tentativa - companhia área - se o seu voo foi cancelado, não se desloque ao aeroporto. Iremos ou devolver-lhe o dinheiro ou remarcar-lhe a viagem até dia 31 de Maio.
2ª tentativa - Jornais e media - O caos pode durar uma semana, meses e não é previsível quando o espaço aéreo retorne a normalidade. Os aeroportos continuam fechados e as companhias áreas já protestam quanto ao encerramento do espaço áereo.
3ª Tentativa - Outros próximos ( família, amigos ) - A pessoa X voltou de autocarro, os aeroportos não tem previsão, os aeroportos e voos estão overbooked, não sei se vais conseguir regressar...
4ª Tentativa - dia 0 Aeroporto - o caos informacional... painéis que apenas indicam "canceled", guichets da companhia Lufthansa fechados com indicações para nos dirigir-mos a outra companhia, indicações para telefonar-mos para números onde nos redireccionam para número que não atendem... indicções que desfazem filas sem propósito e que se revelam erradas no minuto seguinte.
5ª Tentativa - Sites de Transportes - perante desespero a palavra de ordem era encontrar outra alternativa... Não tivemos grande sucesso porque as compras de bilhetes bloqueadas e não tínhamos acesso a grande parte dos sites devido a tráfego intenso.
6ª Tentativa - Ignorar indicações e esperar para conseguir falar com alguém - Não sei, não tenho certezas, tem que esperar... A pergunta era esperar para quê?
7ª Tentativa - Aguardar Milagre - No meio da confusão surge um empregado a gritar "quem quer ir para Barcelona?" Entramos no avião e constatamos que não só eramos as ultimas a entrar, mas que ainda havia lugares vazios... Não haveria ninguem mais naquele aeroporto que pudesse viajar para Barcelona e encontrar alternativas? É a pergunta que fica...
Em resumo:
Quem não tinha informação, esforçava-se ao máximo para delegar essa responsabilidade ao próximo da linha... que simplesmente nos dava incertezas, dúvidas.
A questão é: ao fim de três dias de caos informacional e aéreo será que ninguém pensou em alternativas: em centralização de informação, em indicação dos melhores procedimentos para os passageiros? Nem falo em apoio, e deslocação de esforços militares para resgatar as pessoas, apenas queria informação, actual, verdadeira e correcta para tomar a melhor decisão!
Sem uma fonte de informação fiável, ninguem consegue decidir eficientemente, e se não decidimos geramos o caos de incertezas e confusões completamente incontroláveis.